quarta-feira, 14 de julho de 2010
O lobo Solitário
Está noite, pela madrugada
Ouvi uma melodia encantada,
Da chorosa guitarra de um trovador.
Foi cantando em dentidas quadra,
Repletas de palavras magoadas
A história de um caso de amor.
Segundo a lenda rezava,
Um pobre lobo solitário
Vivia o mais triste dos fardos.
Apaixonou-se pela lua,
Sonhava-a como se fosse sua
E tinha o coração em pedaços.
Correndo a noite pelos montes,
Todos os ribeiros e fontes,
Na esperança de poder tocar-lhe.
Tal era o amor que sentia,
Que mal via raiar o dia
Na sua toca se refugiava.
E quando a noite chegava,
Para sua amada, ele corria
Perdido na doce loucura,
Cansado de tanto tentar,
Percebeu que sua bela lua
Jamais se poderia juntar...
Perdido no seu desespero,
Sentindo apenas dor,
De não ter o seu grande amor,
Ficou-se no monte a chorar...
No uivar rouco trazia os gemidos,
E os versos mais sofridos
De um coração magoado.
Seus lamentos de tão sentidos,
Tão intensamente vividos,
Giraram o mundo inteiro.
E tanto descontentamento,
Tocou bem fundo na alma
De todos os seus companheiros.
Desde então pelos montes
Não mais teve fim esse legado:
Os lobos seguem uivando á lua,
Como que esconjurando o calvário
De um amor desafortunado...
A história de um lobo solitário.
Autor: desconhecido
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